sábado, 27 de junho de 2009

Nuvens

Abro a boca pela vigésima vez em menos de vinte minutos! Sinta isso porque tudo parece mais bonito, porque eu estou cantando, cantando aquela velha musica que diz mais sobre mim do que eu mesma poderia dizer. Eu queria dar um pedaço desse bolinho estrelado pra você também, eu queria.
Mais um que sai correndo da estrada enlouquecido, não que isso seja novidade, mas isso realmente me deixa apavorada. Oh, Deuses, o que tem de tão terrível que eu não enxergo? O que há de tão tenebroso nesse caminho? Porque, vocês sabem, e eu também, que eu gosto mesmo daqui, eu gosto muito daqui e não entendo qual a dificuldade de caminhar sobre essa estrada.
Mas, amor, encha um pouco mais esse cálice com o seu veneno, porque ele simplesmente me enlouquece, sim ele me alucina e eu gostaria mesmo de ser agitada por um turbilhão de idéias novas. Porque, meu bem, eu preciso, eu preciso renovar tudo por aqui. O vento sopra tão frio às vezes, e às vezes eu procuro algo além de mim em minha cama.
Algumas coisas não mudam nunca, eu ainda me enojo vendo as pessoas fugirem assustadas, não por fugirem assustadas em si, mas por me lembrar de uma idiota fase da vida em que eu mesma agia assim. Que tipo de glória leva um covarde em seu coração? Que tipo de autonomia tem alguém em sua própria vida quando espera os outros irem embora, mesmo quando não suportam mais que fiquem? Que diabos de mundo vivemos que não conseguimos entender nem o que se passa em nossa mente insana?

Mais uma bebida, por favor.

Aqui do alto da montanha parece que é fácil saber que rumo as pessoas estão dando para suas vidas. E às vezes, só às vezes eu desejo que alguém um dia me surpreenda subindo aqui no topo dessa montanha para ver o mundo girar comigo. E enquanto o vento sopra terrivelmente frio, eu só penso em desejar cobrir minha orelha com um pedacinho da coberta e saltar da cama só amanhã de manhã.
No que você acredita? Diga: no que você acredita? Não há estrelas no céu porque justo hoje em que eu estava disposta a ver meu futuro nelas, elas resolveram ir a uma festa super badalada no mundo das estrelas. E todas essas nuvens indispostas dizem somente para aproveitar o inverno. Aproveite o dia! Aproveite o inverno!
Você consegue sentir isso? Você consegue entender esse mundo? Você conseguiria falar comigo por três minutos? Porque, meu bem, as nuvens nunca mentem, elas realmente não gostam de mentir e eu odiaria te ver fraquejando, eu odiaria ter de contar uma história triste e sem honra. Se esse caminho tem um coração, então ele se renova, ele sempre se renova. Eu estou com medo, sim eu estou com medo, não das coisas que eu vejo, mas das coisas que eu penso...
Então, vamos fazer tremer o mundo, esqueça esses dias cinzentos, porque nós podemos pintar o sol hoje e enquanto eu estiver com ele, fecharei meus olhos, sim eu fecharei meus olhos e me lembrarei de você. Porque é assim que as coisas são! Assim as coisas são! Mas, por favor, não pare seu carro tão longe, não tão longe! Ainda tem uma estrada inteira para percorrer! E lembre-se tola menina de cabelos vermelhos, você colherá exatamente aquilo que semear.
Tolas nuvens!

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